É sobejamente sabido que o Pólo Sul está coberto por uma camada de gelo com a espessura de até 4 km, cabendo aos "oásis" apenas 1% da área. Os cientistas russos foram os primeiros a investigar este fenômeno. A perfuração foi feita mediante o uso de um dispositivo portátil para recolher as amostras do poço. Quanto mais se penetra no solo, tanto melhor se entende a "crônica geológica". Os estratos de minerais podem encerrar um percurso histórico de 40.000 anos. Em uma fase seguinte, serão efetuadas análises químicas e isotópicas, bem como a datação por radiocarbono que ajudarão a decifrar mudanças do clima, deslocações de geleiras e alterações do nível do mar.
Via da regra, os captadores são introduzidos no poço. Deste modo, se torna possível registrar dados sobre as temperaturas em profundidades diversas. Nos 8 anos passados, os cientistas conseguiram criar uma rede de monitoramento das rochas geladas do Hemisfério Sul. Os poços termométricos existem nas estações árticas russas Leningradskaya, Russkaya, Bellingshausen e Novolazarevskaya. Um poço análogo está ativo também na estação Progress. Lembre-se que uma das tarefas importantes é de saber como o pergelissolo reage ao aquecimento global.
Uma parte das amostras será estudada por especialistas em microbiologia, que se esforçam por "ressuscitar" bactérias congeladas há dezenas de milênios. O permafrost da Antártida é o mais antigo e mais gelado, contendo os microorganismos mais antigos.
Se nas rochas da Antártida forem encontrados sinais da vida de há 30 milhões de anos, os cientistas poderão descobrir um fenômeno semelhante em Marte.
Em opinião geral, esta zona do nosso planeta é o melhor análogo para o estudo de eventuais habitats extraterrestres. As técnicas e as metodologias testadas na Antártida poderão ser utilizadas ainda nos estudos de amostras trazidas da Lua e de Marte. Atualmente, amostras únicas no gênero se encontram armazenadas em geladeiras do navio Akademik Fiodorov, que está navegando rumo ao continente.
fonte voz da Rússia